Estamos vivenciando em todo o mundo um período de envelhecimento populacional acelerado, com o aumento da expectativa de vida das pessoas. Sabemos também que com o envelhecimento há um aumento na prevalência de doenças crônicas, daí vem o questionamento – já que vamos viver mais e provavelmente teremos uma maior carga de doenças com o tempo, o que devemos fazer para viver melhor?
A prática de exercício físico regular é o elemento chave para uma melhor qualidade de vida. A atividade física é um fator de risco modificável para mais de 30 condições crônicas de saúde, incluindo: doença arterial coronariana, insuficiência cardíaca, diabetes mellitus tipo 2, doença pulmonar obstrutiva crônica, osteoporose, depressão, demência e câncer. Sabe-se que a atividade física regular pode prevenir essas doenças e diminuir a sua gravidade, melhorando a independência funcional.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), indivíduos idosos devem realizar entre 150–300 minutos de atividade moderada a vigorosa por semana, distribuídos entre exercícios de resistência (força) 2x por semana, além de exercícios com foco em equilíbrio 3x por semana.
Como que a atividade física pode influenciar a saúde dos pacientes idosos?
- Longevidade: A associação entre atividade física e mortalidade e morbidade é bem estabelecida, com impacto na redução de mortalidade por todas as causas em torno de 31%.
- Independência funcional: a atividade física é uma das formas mais importantes de preservar ou melhorar a independência funcional, ou seja, a capacidade de gerir a própria vida. Isso também é válido entre indivíduos que são mais frágeis e que tenham maior risco de quedas.
- Prevenção de quedas: A prática de exercício físico melhora a força muscular, a densidade mineral óssea, o equilíbrio e a coordenação e, dessa forma, chega a impactar na redução do risco de quedas em 21% em indivíduos idosos.
- Saúde óssea e articular: Osteoartrite é uma doença articular muito prevalente na população idosa e a prática regular de exercício físico é um elemento chave para o manejo do controle de dor e melhora do funcionamento da articulação envolvida. Em relação à saúde óssea, para prevenção de osteopenia, deve-se realizar exercícios resistidos combinados à atividade aeróbica. Quando associados a uma nutrição rica em cálcio e tratamento farmacológico adequado, também previnem a ocorrência de fraturas.
- Cognição: estudos mostram que a prática de atividade física está associada à redução do risco de desenvolver comprometimento cognitivo e também à redução da progressão da demência.
- Saúde mental: pode melhorar os sintomas depressivos e ansiosos através da redução da sensação de solidão ao se praticar exercícios na companhia de outras pessoas e também pela liberação de endorfina.
- Redução da fragilidade: através da melhora da força muscular e mobilidade decorrentes dos exercícios.
- Qualidade de vida: há evidências de melhora da qualidade de vida como um todo com a prática de exercícios físicos, como envolve a redução da solidão, maior interação social e sentimento de independência.
Por conta de todos esses benefícios, a prática de atividade física deve ser encorajada, independente da idade, do ambiente e da condição financeira. Idosos que são fisicamente mais ativos têm o potencial de adicionar anos às suas vidas assim como viver esses anos com mais qualidade de vida.
Converse com o seu médico e/ou fisioterapeuta para escolher a melhor atividade física para você e comece já!
Fonte: Move more, age well: prescribing physical activity for older adults.
CMAJ : Canadian Medical Association journal = journal de l’Association medicale canadienne. 2025 Jan; 197(Jan):E59-E67. doi: 10.1503/cmaj.231336. pii: . Base : PUBMED