
A demência é uma das condições mais desafiadoras que ocorrem com o envelhecimento. Trata-se de uma síndrome que afeta múltiplos domínios cognitivos – a memória, raciocínio, comportamento, linguagem – comprometendo a autonomia do paciente, a capacidade de executar as tarefas do dia-a-dia e exigindo acompanhamento especializado.
Embora a Doença de Alzheimer seja a forma mais conhecida, existem outros tipos que também merecem atenção, como a demência vascular, frontotemporal e com corpos de Lewy. O diagnóstico precoce é fundamental para preservar a qualidade de vida do idoso e oferecer suporte adequado à família.
O QUE É DEMÊNCIA
Segundo o Ministério da Saúde, a demência é caracterizada por um declínio progressivo das funções cognitivas que vai além do envelhecimento normal.
Enquanto lapsos de memória ocasionais podem ser comuns na idade avançada, a demência causa esquecimentos frequentes, desorganização, dificuldade de comunicação e mudanças de comportamento que impactam a vida cotidiana.
PRINCIPAIS TIPOS DE DEMÊNCIA
- Doença de Alzheimer: a mais prevalente, responsável por até 70% dos casos. Evolui lentamente, começando com falhas de memória recentes.
- Demência Vascular: causada por alterações na circulação cerebral, muitas vezes após acidentes vasculares cerebrais (AVCs). Pode trazer perda de memória, fala e dificuldades motoras.
- Demência com Corpos de Lewy: marcada por flutuações cognitivas, alucinações visuais e sintomas motores semelhantes ao Parkinson.
- Demência Frontotemporal: surge mais cedo, entre 45 e 65 anos, com mudanças de comportamento e linguagem.
SINAIS DE ALERTA DA DEMÊNCIA
- Esquecimentos progressivos
- Dificuldade para planejar e organizar tarefas
- Alterações de humor e comportamento
- Problemas de comunicação
- Desorientação em locais previamente conhecidos
- Perda de autonomia em atividades simples
- Sintomas motores (rigidez, lentidão)
Perceber esses sinais precocemente pode mudar o curso do cuidado.
MEU ATENDIMENTO COMO GERIATRA
O diagnóstico da demência exige uma avaliação clínica detalhada, incluindo entrevista com paciente e familiares, testes cognitivos, exames laboratoriais e de imagem.
No meu atendimento, sigo quatro pilares:
- Diagnóstico preciso: identificar a causa e diferenciar os tipos de demência.
- Plano terapêutico individualizado: medicação quando indicada, estimulação cognitiva e adaptação da rotina.
- Apoio ao cuidador: orientar familiares e prevenir sobrecarga emocional.
- Acompanhamento contínuo: consultas regulares para reavaliação e ajustes do tratamento.
TRATAMENTO E QUALIDADE DE VIDA
Embora a maioria das demências não tenha cura, é possível retardar a progressão dos sintomas e manter a dignidade do idoso portador da doença.
O tratamento envolve:
- Medicamentos específicos para memória e comportamento
- Terapias não farmacológicas, como fisioterapia, terapia ocupacional e exercícios cognitivos
- Adaptação do ambiente, prevenindo quedas e facilitando a rotina
- Rede de apoio, cuidando também da saúde do cuidador
O objetivo é preservar a autonomia pelo maior tempo possível e promover bem-estar ao paciente e sua família.
A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO PRECOCE
- Preserva a funcionalidade do idoso por mais tempo
- Permite melhor planejamento familiar e adaptação do lar
- Reduz complicações, hospitalizações e sobrecarga dos cuidadores
- Garante mais qualidade de vida e dignidade em todas as fases da doença
CONCLUSÃO
A demência é uma condição que transforma a vida do paciente e de toda a família. Mas, com diagnóstico precoce, tratamento adequado e acompanhamento humanizado, é possível enfrentar esse desafio com mais segurança e qualidade de vida para todos os envolvidos.











